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Artesanato

Terra profundamente ligada aos rios e ao transporte fluvial, Constância vê nas miniaturas de barcos a memória do tempo dos seus varinos. Desse tempo vêm também as bonequinhas que as mulheres dos marítimos confecionavam, aproveitando o tempo e restos de tecido, para depois venderem e minorarem as suas carências.

Nas margens dos rios e dos ribeiros crescem espontaneamente os vimes e as vergas de carvalho negral com que se faz a cestaria de Constância, e uma variedade de peças que continuam a ser úteis e são sobretudo belas.

Mel de Constância, no Ribatejo Interior, o mel é de eucalipto e de multiflores com base a alecrim o que o torna mais escuro em relação ao de rosmaninho e com um aroma indescritível.

Bonequinhas



Mais antigas do que a nossa memória, sempre jovens e belas nas mãos de uma criança, a alindar um recanto, a despertar-nos lembranças, a encantar-nos os olhos. Singelas mas elegantes e de uma imensa dignidade, transportam consigo sinais de identidade de Constância, das suas raparigas, das suas mulheres, das suas mães – e das mãos, também de mulher, que as fazem desde não se sabe quando. Foram ganha-pão caseiro, nos tempos dos marítimos do Tejo, quando os homens embarcavam e as mulheres ficavam em casa, cuidando dos filhos e aproveitando o tempo e os restos de tecidos para fazerem bonecas. Vendidas às grosas para as feiras da região, alimentavam os sonhas das meninas que compravam e minoravam as carências das mulheres que as faziam. Hoje, como sempre, discursam no feminino. Como Constância, Vila Poema, de onde são filhas e orgulho. E são bonequinhas, não por serem simples ou pequenas, mas por levarem em si, a começar pelo nome, toda a ternura do mundo.

"Não há no País quem tenha
Mais arte, mais elegância,
Quem mais popular
Que as bonequinhas de Constância".

Miniaturas de Barcos

Quando Constância era porto, havia nas margens dos rios muitos barcos em construção e outros em reparação. O Calafate(1), em conjunto com outros homens ocupavam-se no trabalho de reparação e construção dos barcos. Os estaleiros de Constância foram escola de bons mestres, dos mais sabedores da arte que havia por todo o Tejo, e das suas mãos saíram muitos botes e varinos, alguns de grande tonelagem, que iam para outros portos, sobretudo a jusante. E até para Espanha foram, Tejo arriba até Toledo, quando a navegação se fazia sem o embaraço das barragens nem o assoreamento dos rios. Desde os oito anos de idade que Hermínio Bento trabalhou nas embarcações, que continuamente subiam e desciam os rios, aos 60 anos começou então a dedicar-se às réplicas dos barcos em miniaturas, que ao longo da sua vida tanto o cativaram. Um a um foi-lhe ganhando o jeito a ponto de uns anos mais tarde vir a dar cursos de formação, de forma a dar continuidade ao trabalho por ele iniciado. Nos dias de hoje, já há pouca gente a trabalhar neste tipo de artesanato, o Sr. Hermínio faleceu e os seus aprendizes foram a pouco e pouco desistindo da tarefa exigente que é a construção de réplicas de barcos regionais.

Cestaria



Crescem nas margens do Tejo, na foz do Zêzere e na ribeira da Pereira os vimes as vergas de salgueiro negral com que se fazem os cestos de Constância. Muito usados noutros tempos nas tarefas agrícolas, em especial na apanha da azeitona, ou na faina da pesca, sob a forma de covos ou viveiros, adquirem agora nova utilidade como elementos decorativos e portadores de memórias e saberes.
Verdadeiro rendilhado de verga ou de vime, a cestaria de Constância é bem o exemplo do que pode um homem fazer com os materiais da Natureza, o jeito das mãos e os vagares da vida no campo.”

Mel de Constância



Os antigos escolheram-no para presentear os Deuses, certamente por não encontrarem mais e rico alimento de entre aqueles com que a Natureza presenteou os Homens. Do néctar das flores, que as obreiras extraem, transportam e armazenam nos favos, no interior das colmeias, provém esta deliciosa maravilha com que as abelhas se alimentam e que nós lhes subtraímos para nosso proveito e deleite. Pelos matos de Constância, dum lado e doutro do Tejo, quando a Primavera espalha o cheiro do rosmaninho, do alecrim e dos pomares de laranjeira, milhões de abelhas saltitam de flor em flor, assim fazendo para nós o mel mais rico e mais puro, a doçura da nossa Natureza.

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